O sigilo da fonte de informação jornalística como limite à prova no processo penal - Ama Lúcia Vieira
SINOPSE DO LIVRO:
O tema do segredo jornalístico ecoa profundamente no campo do processo penal, com grandes discussões não apenas teóricas, mas de atual importância prática para o futuro do direito à informação e para uma necessidade de realização da justiça. É nesse ponto de intersecção – ampla liberdade de imprensa e acertamento de uma verdade processual justa – que se acirra o debate sobre ser absoluto ou relativo o sigilo da fonte, com apresentação de inúmeras razões favoráveis ou contrárias a essa espécie particular de segredo.
O consenso doutrinário e jurisprudencial acerca da questão está longe de ser atingido, sobretudo porque o status jurídico constitucional do sigilo jornalístico parece protegê-lo de intervenções limitativas do legislador, sempre vistas, politicamente, como espécies de agressão.
Este trabalho, portanto, dedica-se a examinar a confidencialidade da fonte de informação jornalística como limite à prova penal no contexto da sociedade contemporânea da comunicação midiática. A tese que ora propomos é que o sigilo da fonte de informação jornalística, regra de direito e garantia fundamental prevista no art. 5º XIV da Constituição Federal brasileira, é um limite à prova no processo penal.
APRESENTAÇÃO:
ISBN: 978-85-67426-16-7
Páginas: 310
Formato: 16x23cm
Capa em brochura
Ano da edição: 2015
SOBRE O AUTOR:
Ana Lúcia Menezes Vieira – Mestre e Doutora em Direito Processual pela Universidade de São Paulo – Procuradora de Justiça Criminal do Ministério Público de São Paulo.
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO
1. O SIGILO DA FONTE NO CONTEXTO DA LIBERDADE DE INFORMAÇÃO
1.1. A dimensão democrática das “liberdades da comunicação”
1.2. Informação: liberdade ou direito?
1.3. A liberdade de informação jornalística
1.4. As vertentes da liberdade de informação: direito de informar e ser informado
1.5. O sigilo da fonte como instrumento da liberdade de informação
1.6. Sigilo e segredo: diferenças conceituais
1.7. Segredo da fonte: um interesse social
1.8. Sigilo da fonte como direito humano fundamental
1.9. A garantia do sigilo da fonte de informação jornalística na Constituição brasileira
1.9.1 Evolução constitucional da liberdade
de expressão e informação
1.9.2 A positivação do sigilo na Constituição de 1988
1.9.3 Status jurídico-normativo do sigilo: direito e garantia
1.9.4 Sigilo e sua estrutura normativa de regra
2. SEGREDO PROFISSIONAL DO JORNALISTA NO DIREITO CONSTITUCIONAL ESTRANGEIRO:
FONTES NORMATIVAS E JURISPRUDÊNCIA
2.1. Espanha
2.2. Segue: Portugal
2.3. Segue: Suécia
2.4. Segue: Alemanha
2.5. Segue: Itália
2.6. Segue: França
2.7. Segue: Inglaterra
2.8. Segue: Estados Unidos da América
2.9. Segue: Argentina
2.10 Consagração jurisprudencial do sigilo da fonte no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos
2.11 O sigilo da fonte no sistema americano de direitos humanos
2.11.1 Decisões da Corte Interamericana sobre o direito à liberdade de informação
2.11.2 A interpretação do artigo 13 da Convenção Americana no Tribunal da Costa Rica
3. O JORNALISMO INVESTIGATIVO, BUSCA DA VERDADE E PROVA PENAL
3.1 O jornalismo investigativo
3.2 A verdade jornalística
3.3 Busca da verdade: acesso às fontes de informações
3.4 Fontes públicas
3.4.1 Segredo de Estado como limite – noções gerais
3.4.2 Segredo de Estado: excepcionalidade. Casos Ilustrativos relacionados a investigações criminais
3.5 O processo penal como fonte de informação jornalística
3.6 A investigação criminal e o segredo de justiça como limite de acesso à fonte jornalística
3.7 A responsabilidade do jornalista pela divulgação de informações sobre segredo de justiça
3.8 O investigador midiático e o processo penal: procedimento de busca das informações jornalísticas. Fontes ocultas. “Câmeras escondidas”. Interceptações telefônicas
3.9 Os meios de busca da verdade midiática e o inquérito policial
4. A PROVA, A BUSCA DA VERDADE NO PROCESSO PENAL E O SEGREDO PROFISSIONAL
COMO LIMITE
4.1 Garantia e eficiência processuais: a necessária relação com a prova
4.2 Qual a “verdade” buscada no processo penal?
4.3 A busca da verdade pela prova
4.4 Prova e meios de prova: definição
4.5 Procedimento e proibição de prova: limites à verdade
4.6 Segredos profissionais e religiosos como limites à prova: fundamentos
4.7 A escusa de depor: perspectiva processual
4.8 O dever de comparecer em juízo
4.9 A relatividade do segredo profissional
4.10 As pessoas vinculadas ao dever de sigilo
4.10.1 Médicos e Advogados
4.10.2 Ministros de cultos religiosos
5. A RELAÇÃO DO SIGILO DA FONTE
DE INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA
COM A PROVA PENAL
5.1 Jornalistas e demais profissionais: segredos distintos
5.2 Quem são os destinatários do sigilo da fonte?
5.3 O jornalista como testemunha no processo penal
5.4 O segredo do jornalista é segredo profissional para fins do
artigo 207 do CPP?
5.5 Um método de aquisição do testemunho
5.6 A necessidade do sigilo para o exercício profissional
5.7 O consentimento da fonte de informação
5.8 Limite ao dever de testemunhar. O princípio do nemo tenetur
5.9 Jornalista: testemunha de “ouvir dizer”
5.10 A busca e apreensão do material de trabalho e a interceptação telefônica do jornalista
6. SIGILO DA FONTE: UM LIMITE PROBATÓRIO
(IN) SUPERÁVEL?
6.1 A regulamentação do segredo jornalístico no Código de Processo Penal Italiano
6.2 O incidente de quebra de escusa de depoimento jornalístico no Código de Processo Penal Português
6.3 O testemunho do jornalista nos processos de crimes contra a humanidade
6.3.1 As fontes das notícias sobre a guerra
6.3.2 Por uma regulamentação internacional do segredo da fonte
6.4 A questão do sigilo da fonte na internet
6.5 O sigilo da fonte como regra de direito fundamental:
conseqüências da opção do constituinte brasileiro
6.5.1 Revelar ou não a fonte: um dever ético?
6.5.2 A impossibilidade de aplicação do princípio da proporcionalidade
6.5.3 A jurisprudência brasileira
6.5.4 Responsabilização penal e civil do jornalista pelos
abusos na informação
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS